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terça-feira, 8 de março de 2016

Padronizando PrintScreen no Linux e Windows com Shutter e Gadwin

Prints do Mint, Kubuntu e Windows numa só pasta, com nomes padronizados. Veja “Atualização”, no final

Diferentes “comportamentos” da tecla PrtScn (PrintScreen) no Kubuntu, no Linux Mint e no Windows XP começaram a criar “dificuldades” para o trabalho do dia-a-dia, — mas, ao mesmo tempo, abriram horizontes para melhorar essa tarefa simples, ao investir na padronização dos três ambientes.

Fogo de pedra


No Windows XP, até onde pude verificar, a tecla PrtScn limita-se a copiar a imagem da tela para a “área de transferência”. Então, você abre um programa de edição de imagens, “cola” nele o conteúdo da “memória”, e salva com o nome que quiser, na pasta de sua escolha, no formato que preferir.

Como não pretendo adquirir novas licenças, — nem do XP, nem dos velhos aplicativos usados nele para abrir o acervo de velhos arquivos, — me limitei a aproveitar, da melhor maneira possível, as possibilidades nativas daquela época. O velho Photoshop detecta a captura de tela na “memória” e já cria a “nova imagem” (em branco) no tamanho adequado. Para salvar em formato JPG, — que não admite “camadas”, — criei um “atalho personalizado” (Ctrl-Alt-X) que “achata” a imagem colada, e isso “economiza” uma etapa no processo: não precisa abrir um diálogo advertindo, perguntando etc. Da primeira vez, você escolhe o formato JPG, bem como a pasta onde quer salvar; — e daí por diante ele mantém esses parâmetros.

É trabalhoso, mas depois de uns 10 anos você acaba fazendo tudo isso tão rápido e “automático”, que até acha “normal” esfregar gravetos para fazer fogo.

No Linux


No Kubuntu, — que venho atualizando a cada novo “LTS”, desde 2008, — não lembro mais como era “antigamente” (e menos ainda, no Kurumin). Agradável surpresa, foi um dia descobrir o Klipper (Cliboard Manager), que guardava meia dúzia de “memórias”, sem que a última apagasse as anteriores. Depois, “apareceu” (ou descobri?) o Ksnapshot, que de cara já oferece para salvar a captura de tela, no formato que você quiser, e na pasta que preferir. Você escolhe uma pasta e um nome-de-arquivo, — digamos, “Print-de-tela_001.png”, — e ele vai incrementando o número a cada nova captura. Na prática, logo me acostumei a salvar em pastas específicas, com nomes relevantes (mais “_001”), o que compensa o tempo tomado por esse diálogo a cada mudança de assunto. De qualquer modo, era um tremendo avanço em relação ao velho Windows XP.

Certo dia, ao instalar pela primeira vez um Linux Mint, — ou terá sido um Ubuntu?, — tive a desconcertante sensação de que a tecla PrtScn “não funcionava”. Não abria diálogo para escolher nome, formato, pasta etc., nem guardava imagem alguma na “memória”, que pudesse colar no Gimp. Para não perder tempo, adotei o hábito de instalar o Ksnapshot, como procedimento-padrão de pós-instalação, em qualquer sistema onde o PrtScn não desse “sinal de vida”. Um dia, acabei descobrindo as capturas de tela do Mint (ou do Ubuntu?), gravadas automática e silenciosamente na pasta “Imagens” (ou na “Home”, conforme a distro). Descoberta a pólvora, ficou claro que era a alternativa mais prática. Você não perde tempo algum, escolhendo formato, nome, pasta etc., — embora, mais tarde, precise pegar uma tonelada de arquivos, abrir um-por-um para lembrar do que se trata, e sair transferindo para pastas específicas, com nomes relevantes. Quanto mais demorar a fazer isso, maior o caos.

Outro problema é que os nomes dos arquivos são quilométricos, além de redundantes. Por exemplo:

  • “Captura de tela de 2016-01-30 17:35:51.png” (no Linux Mint Cinnamon)
  • “2016-02-05-203905_1280x1024_scrot.png” (no Lubuntu Xenial)

Não vejo utilidade em acumular milhares de repetições de “Captura de tela de”, ou milhares de repetições de “1280x1024 scrot”, — que só servem para entulhar um espaço precioso, na janela do gerenciador de arquivos.

Além disso, arquivos contendo “:” (dois-pontos) no nome não podem ser transferidos para as partições FAT, — onde concentro todo o trabalho, para não liquidar de vez a “usabilidade” do Windows.

O Nemo, — gerenciador de arquivos padrão do Linux Mint Cinnamon, — até faz essa transferência sem problemas, substituindo automaticamente “:” por “_” (sublinhado), e a princípio você pode nem perceber. Mas a coisa complica quando você aciona o LuckyBackup, por exemplo. Numa direção, eles simplesmente duplicará todos os arquivos (uns com dois-pontos, outros com sublinhado). Na direção oposta, dá tranco, e você é arrancado do assunto em que se concentrava, para decifrar mais esse enigma.

Se você usa o Dolphin, Konqueror ou outro gerenciador de arquivos, nada feito. Bate com o nariz na parede.

gnome-screenshot


Procurei descobrir onde se esconde a configuração do “Captura de tela” do Linux Mint Cinnamon, e não consegui, até hoje. Aliás, não consegui, sequer, descobrir que aplicativo é aquele, chamado pela tecla PrtScn. Graças à mania do Linux Mint Cinnamon de ocultar o nome dos aplicativos, o Nemo, por exemplo, aparece com o nome “Arquivos” (é preciso abrir “Ajuda”, “Sobre” etc, para saber que aplicativo é aquele). Mas se você pede uma captura de tela pelo Menu, abre-se um diálogo com o nome “Capturar a imagem da tela”, sem direito a “Ajuda”, nem “Sobre”, nem “Preferências”, nem nada.

A busca no Google não é facilitada, já que tudo, na internet, sempre contém “print”, “snapshot” etc., — tenha ou não tenha relação com o assunto.

Disso tudo, só consegui apurar uma “suspeita”, — até hoje não confirmada, — de que, por trás da tecla PrtScn, no Linux Mint Cinnamon 17.3, quem trabalha é o “gnome-screenshot”.

Sobre ele, descobri que desde 31 Jul. 2011, — pelo menos, — os usuários registram uma “requisição” (ou lacuna), por não ser configurável, para eliminar os “:” que o FAT não aceita em nomes de arquivo. Um ano atrás (28 Jan. 2015), esse “bug” foi resolvido, pela alteração de 1 linha no código-fonte. Só que o Linux Mint 17.3 Cinnamon, baixado um ano depois (15 Jan. 2016), ainda não incorpora esse avanço.

Em tempo: — Tampouco encontrei possibilidade de configurar o Ksnapshot para pular o diálogo e gravar os arquivos diretamente, com nome automático.

Desse confronto de alternativas desencontradas, acabei me fixando em 4 parâmetros:

  1. Prefiro a solução do Ubuntu / Mint Cinnamon, de salvar as capturas diretamente em arquivo;
  2. Prefiro a solução de nomear os arquivos (automaticamente) por data e hora;
  3. Precisava de controle sobre os nomes de arquivo, para eliminar o que é repetitivo;
  4. Precisava de controle sobre os nomes de arquivo, para mantê-los compatíveis com FAT.

É claro que só pude chegar a esses “parâmetros”, porque as soluções estavam disponíveis, — sei lá há quantos anos; — e apenas foram aparecendo aqui ou ali, enquanto procurava (sem sucesso) alternativas que talvez nem existam.

Gadwin PrintScreen (Windows)


Para o Windows XP, fui encontrar essa possibilidade no Gadwin PrintScreen 5.4 freeware (para uso pessoal), — baixado diretamente do site da Gadwin Systems, — que roda em Windows XP, além do 2008, Vista, Windows 7, Windows 8.x, e Windows Server 2012.

Por default, abre uma janela onde exibe a captura realizada; mas você pode desativar essa função. Mantenha a opção de minimizar para a barra inferior do Windows (system tray), assim terá sempre um acesso rápido às Preferências e outras opções que não adotou no primeiro momento. E não esqueça de deixar marcada a opção de carregar na inicialização do sistema (Run at startup).

Gadwin PrintScreen: desmarcando Preview e Clipboard. Salvar como PNG, Nome automático

Salvo engano, — não documentei rigorosamente, — os primeiros prints seriam salvos com nomes tipo “My Screenshot 03-03-16_12.14 PM.PNG”. Se você faz outros, dentro do mesmo minuto, ele já acrescenta uma numeração automática no final: “03-03-16_12.14 PM 001.PNG”.

Eliminei da configuração esse repetitivo “My screenshot”; passei o ano (com 4 dígitos) para o início do nome; horário de 24h para eliminar o AM / PM; e incluí os segundos para dispensar a numeração extra:

%Y-%m-%d_%H-%M-%S

Como o velho Windows XP era onde o PrtScn tomava mais tempo do dia-a-dia, acabou sendo o que solucionei primeiro, — e não levou nem meia hora: baixei o MSI 32-bit às 12:07; e os prints indicam que a configuração foi feita das 12:10 às 12:30.

As principais configurações: (A) em Preferences, marquei “Run at startup”; (B) em Hotkeys ele já propôs PrtScn para tela inteira, Shift-PrtScn para a janela em foco e Ctrl-PrtScn para área retangular a ser escolhida; (D) em Post-capture actions, desmarquei “Preview” e “Copy to clipboard”, marquei “Save capture to file”, escolhi a Pasta e editei o “File name template”.

Shutter Screenshot Tool (Kubuntu)


Já tive o Shutter instalado em algum Linux, há alguns anos, mas penso que não veio por default. Na época, não me dei conta do seu potencial, e acabei me fixando no Ksnapshot.

Configuração do Shutter no Kubuntu: formato de arquivo, nome, pasta, (não) copiar a imagem para a memória

Agora, comecei pelo Kubuntu, — bastou abrir o Synaptic, digitar “shutter”, selecionar, baixar, instalar, — e a configuração foi tão simples, que fiz poucos prints. Às 22:44 ainda usei o Ksnapshot para registrar a configuração do Shutter. Às 22:54, já tinha configurado o teclado para substituir o Ksnapshot pelo Shutter no PrtScn.

A codificação usada para nomear automaticamente os arquivos foi exatamente a mesma usada no Gadwin, — para não perder tempo, abri o print do Windows e fui olhando e digitando igual:

%Y-%m-%d_%H-%M-%S

Configuração do Shutter: iniciar com o início da sessão; e não exibir janela após a captura

Em “Comportamento”, marquei “Iniciar o Shutter ao autenticar-se” e desmarquei “Apresentar a janela principal após a captura”.

Configurar tecla PrtScn para acionar o Shutter no Kubuntu

Para atribuir a tecla PrtScn, vá em Configurações do sistema → Aparência e comportamento comuns → Atalhos e gestosAtalhos personalizados.

Na área branca abaixo de “Exemplos”, clique com o botão direito e selecione “Novo → Atalho → Comando”. (New → Global shortcut → Command / URL). Dê a ele o nome “Shutter” (para não esquecer); e preencha “Comando / URL” com “shutter -f”.

Ao Ativar → (pressionar) PrtScn, aparecerá um aviso de que PrtScn já está atribuído, e você confirma que deseja substituir: — Atribuir a tecla ao novo atalho.

Shutter Screenshot Tool (Mint Cinnamon)


Com pequenas variações, é o mesmo caminho para o Linux Mint Cinnamon.

Mas, por ser do ambiente Gnome, o Shutter precisou instalar 48 pacotes para funcionar no Kubuntu (KDE), — e apenas 19 para rodar no Linux Mint Cinnamon.

Configurações (Preferências) do Shutter no Linux Mint Cinnamon: salvar, arquivo, tipo, nome, pasta

Na aba “Main” das Preferências do Shutter, você escolhe se a captura de tela será salva automaticamente, ou se primeiro perguntará em qual pasta; se copia ou não para a área de transferência; se aguarda 10 segundos antes da captura, — útil, talvez, para flagrar um Menu fujão ou uma dica volátil, — e assim por diante.

Eis (acima), lado a lado, a configuração padrão e a configuração que escolhi para começar, — pasta “Imagens”, nome “Ano-mês-dia_Hora-Minuto-Segundo”, formato PNG, sem demora e sem armazenar a captura na memória.

Na aba “Comportamento”, apenas marquei “Iniciar o Shutter ao autenticar-se” e desmarquei “Apresentar a janela após a captura”.

Atribuindo a tecla PrtScn ao Shutter no Linux Mint Cinnamon

Atribuir ao Shutter a tecla PrtScn, no Mint Cinnamon, é um pouco diferente: — em Configurações do sistema, vá diretamente à seção Hardware → Teclado → Atalhos → Atalhos personalizados → Adicionar atalho personalizado.

Abre-se um pequeno diálogo, onde você preenche o nome do novo atalho (pode ser “Shutter”), o comando shutter -f, e clica em Adicionar.

Atribuindo a tecla PrtScn ao Shutter no Linux Mint Cinnamon

Por fim, selecione a primeira das “Ligações de teclado”, — ainda “Não atribuída”, — e aperte PrtScn, para receber o aviso de que ela já está atribuída; e a pergunta, se deseja mesmo transferi-la para o Shutter. É só confirmar.

Atualização


13 Mar. 2016: — Após alguns dias de uso regular da “padronização” descrita acima, concluí que ela ainda estava incompleta.

1) Ao invés de gravar as capturas de tela em 3 partições diferentes, é muito mais prático gravá-las em uma única pasta, — na partição de documentos do Windows (FAT), — conforme mostrado lá no alto.

Para isso, acrescentei um pequeno identificador no final dos nomes automáticos dos arquivos:

  • _K” para identificar os prints de tela do Kubuntu
  • _M” para identificar os prints de tela do Linux Mint
  • _W” para identificar os prints de tela do Windows

A escolha de uma pasta comum não apresentou dificuldade alguma para o Shutter, instalado no Kubuntu e no Linux Mint.

Infelizmente, o Gadwin PrintScreen 5.4 freeware parece não dar a mesma liberdade: — Você pode escolher apenas entre 2 pastas que são oferecidas por default. Ao clicar em “Browse”, para escolher outra, nada acontece.

Como é cada vez mais raro usar o Windows, optei por não investir mais tempo nisso.

2) Experimentei salvar os prints de tela em JPEG, qualidade / compressão 80, e verifiquei que os arquivos oscilam entre 200 e 300 KB, — contra 400 KB a 1,8 MB no formato PNG.

Parece haver alguma perda de qualidade, — ou será impressão minha?, — por isso vou experimentar por mais algum tempo.

Fontes


A própria página do projeto Shutter ensina como torná-lo default no Gnome / Unity, no KDE, no Xfce e no Lxde; e num comentário um visitante acrescentou a lição para o Linux Mint Cinnamon.

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Ferramentas &tc.


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