Tela do CPUID HWMonitor (Windows) — com a temperatura normalizada, após a limpeza geral |
Na onda de calor que antecedeu as primeiras chuvas dessa primavera no DF, o computador começou a apresentar comportamentos inesperados.
Por exemplo, reiniciar sozinho, de repente, — justo quando você está com meia dúzia de programas abertos ao mesmo tempo, — e, num piscar de olhos, as tarefas em andamento vão todas para o espaço.
Mas, também havia outros problemas, — que mal lembro, agora, — e, por conta deles, já vinha acelerando a migração de mais algumas tarefas, do Windows para os dois Linux (32-bit e 64-bit), que se mantinham bem mais estáveis.
O computador já vive aberto, bem à vista, em cima da mesa, — desde 2008 (ou antes), quando a ventoinha do antigo computador parou por completo, um belo dia, e ele quase foi para o espaço, — de modo que, agora (16 Out. 2015), bastou esticar a mão para confirmar que alguma coisa estava quente demais.
Reiniciei o computador, mantendo DEL apertado, — ir para a BIOS, — e verifiquei que a CPU estava com 68,5ºC. E logo evoluiu para 74,5ºC.
Desliguei por 1 ou 2 horas, e fui pensar no que fazer.
Não via jeito algum de retirar o cooler (ventoinha), — para limpar, — e depois reinstalar na CPU, sem desmontar a placa-mãe, e mais um monte de coisas. Mas, não podia desmontar o micro naquele momento.
Precisava, então, de mostradores de temperatura da CPU, — tanto no Windows quanto no Linux, — para atravessar mais alguns dias de trabalho.
Numa busca rápida na internet, encontrei várias sugestões de software para monitorar / exibir a temperatura da CPU, placa-mãe etc.
CPUID HWMonitor
Primeiro, baixei e instalei no Windows o CPUID HWMonitor. A versão free não oferece muitas opções, mas foi muito útil. De imediato, permitiu verificar que a temperatura da CPU estava em 60ºC, — ao realizar alguma tarefa rápida, foi a 71ºC, — e em seguida foi baixando para 67ºC.
Estava bom de encerrar o dia.
No dia seguinte, 17 Out., verifiquei que a CPU foi a 65ºC logo no carregamento do Windows. Depois, — deixado “em repouso”, — baixou até 55ºC.
Tratei de resolver o assunto mais urgente daquele dia, — uma resposta por e-mail, consultando vários documentos, — e o trabalho no Gmail não levou a CPU a mais do que 60ºC.
Comecei a trabalhar no Facebook, e a temperatura da CPU logo chegou a 98ºC.
O problema maior, portanto, estava no festival de javas, layers & outros bichos, comandado pelo FB, além da profusão de vídeos.
Primeira lição: — Não olhar os vídeos, no FB.
Testei o óbvio, — só para não deixar dúvida, — e o Youtube também levou a CPU a 98ºC, em poucos segundos.
Como não podia interromper vários trabalhos, tratei de conter os maus hábitos, fechar o excesso de abas e janelas, e me concentrar no fundamental.
De preferência, num dos dois Linux.
PS.: Naqueles primeiros 2 dias (16 e 17 Out.), estava olhando a temperatura “CPUTIM”, — “CPU Temperature Index”, — que é bem inferior à temperatura do núcleo “Core 0”. Isso pode ter gerado disparidade com outras leituras, dadas por outros programas. É possível que tenha influenciado, de alguma forma, na impressão de que o Windows provocava maior aquecimento. Esse “erro” prosseguiu em todas as demais leituras que fiz do HWMonitor, até o final daquele mês, — ou seja, até o final deste relato. Para mais esclarecimentos (ou mais confusão), recomendo este tópico de 2011 sobre a diferença entre “Tcase” e “Tjunction”; e também este outro tópico, explicitamente sobre “CPUTIM a 85ºC” [FRC, 4 Nov. 2015].
Tela do Psensor (Linux) — já com a temperatura normalizada, após a limpeza geral |
Psensor
No final do mesmo dia 17 Out., instalei no Kubuntu (Linux) os “pacotes” lm-sensors e fancontrol. Em 18 Out. 2015, logo cedo, instalei no Linux os “pacotes” hddtemp e psensor. Esses 4 “pacotes” trouxeram, junto, mais algumas “bibliotecas” e “dependências”, — é o normal.
De todos esses, consegui me entender bem, desde logo, com o Psensor, — que configurei para carregar junto com o Kubuntu, — mas não sei quais, dos outros, ele utiliza. Na dúvida, deixei todos lá.
Psensor, lm-sensor, fancontrol e bibliotecas, obtidos no Linux através do Synaptic |
De início, o gráfico ficava do lado direito, — inverti a posição, e ajustei a largura.
Bastou marcar a opção “CPU Temperature”, na caixa do lado direito, para o gráfico mostrar do lado esquerdo a evolução dos últimos 10 minutos, com atualização permanente.
Logo ficou evidente que os dois sistemas Linux (i386 e amd64) exigem bem menos esforço da CPU.
Usei o Wine (no Linux) para abrir um programa “pesado” do Windows e mandei executar suas 2 tarefas mais “pesadas”, uma após outra, com duração total de vários minutos. Ao final, a CPU não passou de 84ºC.
A essa altura, lembrei de um pequeno ventilador de mesa, — que já me ajudou em situações assim, desde os anos 90, e andava esquecido no meio das tralhas, — liguei e deixei apontado para a CPU. Logo a temperatura baixou e se estabilizou em 54~55ºC.
Mais tarde, no mesmo dia, voltei ao Facebook, — no Linux, usando apenas o Chrome, sem o ventilador de mesa, — e a temperatura da CPU foi de 74ºC a 84ºC. Tornei a ligar o ventilador, saí do Facebook, e rapidamente caiu para 58ºC. Mais algum tempo no navegando no Facebook, — agora, com o ventilador, — e foi a 76ºC.
PS.: Note que, ao adotar o Psensor no Linux, tudo indica que continuei olhando a temperatura “CPUTIM”, — “CPU Temperature Index”, — que é bem inferior à temperatura do núcleo “Core 0” [FRC, 4 Nov. 2015].
Tela do Speccy (Windows) — já com a temperatura normalizada, após a limpeza geral |
Piriform Speccy
Um incômodo do CPUID HWMonitor é a quantidade de informações, todas em forma de texto e números, — o que dificulta olhar e localizar a temperatura da CPU, dezenas de vezes por dia.
No dia 19 Out., encontrei uma outra dica, baixei e instalei no Windows o Piriform Speccy.
Speccy (Windows): — Visualizar >> Opções >> System Tray |
A versão free pode ser facilmente configurada para “minimizar” na forma de um mostrador na barra de tarefas, — e você escolhe qual item será mostrado ali, — bem ao lado do “relógio”.
Speccy minimizado: 45ºC, ao lado do relógio |
Escolhi a exibição da temperatura da CPU.
Mais informações ao passar o mouse sobre o mostrador do Speccy |
Passando o mouse por cima do mostrador, aparecem também as temperaturas da placa-mãe e dos dois HDs.
Speccy versus HWMonitor
Quando o Speccy oferece a opção “CPU 0”, dá a entender que não se trata do núcleo “Core 0” |
Comparando com HWMonitor, descubro que Speccy indica, sim, a temperatura do núcleo “Core 0” |
PS.: Note que, ao configurar o Speccy, — Visualizar >> Opções >> System Tray, — para mostrar na barra de tarefas a temperatura da “CPU”, o campo inferior exibe uma subopção “CPU 0 Average Temperature”. Porém, não afirma que se trata do primeiro núcleo (“Core 0”). As temperaturas do núcleo “Core 0” e do núcleo “Core 1” são opções claramente distintas. Mas, ao abri-lo, agora, lado a lado com o HWMonitor, descobri que a temperatura indicada pelo Speccy é, sim, a do “Core 0”. Só isso já invalida boa parte das observações em que me baseei para concluir que o Windows exigia mais da CPU [FRC, 4 Nov. 2015].
A caixa d’água pegou fogo
Logo pela manhã do dia 19 Out., o Inmet alertou para uma onda de calor em todo Centro-Oeste e outras regiões próximas.
Tempo abafado. Ar parado e quente.
À tarde, trabalhando no Windows, a CPU chegou perto dos 95ºC, por várias vezes, — mesmo abrindo apenas os programas estritamente necessários, um de cada vez.
Tratei de fazer só o mais urgente, — e desligar o computador nos intervalos, — em especial, das 15h às 19h (horário de verão desde a véspera).
Fui dormir cedo, não tinha jeito. — Quem sabe, de madrugada melhorava?
Voltei no dia 20 Out., às 3h da madrugada (4h pelo horário de verão), mas o trabalho contínuo no Facebook, — pelo Windows / Chrome, — levava a temperatura da CPU a 83ºC. Foi necessário ligar o ventilador de mesa.
Às 11h da manhã (horário de verão), o mesmo trabalho contínuo no Facebook, — pelo Linux / Chrome, — levava a temperatura da CPU a meros 60ºC.
No final da tarde, o mínimo do Windows, — sem fazer nada, — era de 61~62ºC. Abri uma página leve, no Chrome, e a temperatura da CPU pulou para 85ºC. Qualquer tentativa de trabalho, pulava para 95ºC. Ao abrir a barra lateral do Yoono, chegou a 100ºC por breve instante.
Esse padrão, — maior aquecimento nos Windows do que no Linux, — prosseguiu sem alteração nos dias 21 e 22.
No final da tarde do dia 22, a caixa d’água pegou fogo. Só desligando a energia, para não cozinhar debaixo do chuveiro.
À 0:40 h do dia 23 Out., finalmente pude retirar a ventoinha da CPU (cooler), só para constatar o óbvio — estava tão entupida de poeira, que não tinha nem por onde o vento passar. Suspeitei desde o princípio.
Agora, tinha 24 horas para reler Hardware: o guia definitivo (do Morimoto), desmontar o micro, levar a ventoinha ao borracheiro (para limpar com um jato de ar comprimido), conversar com alguns experts na feira, voltar e montar tudo de novo.
Mas isso, já é uma outra estória.
Qual a temperatura “normal”?
Eis uma questão, em que nunca tinha pensado.
Quando montei o computador, em 2009, — tudo novo, limpinho, zerado, — anotei todo tipo de parâmetros e configurações. Só não tive a ideia de anotar as temperaturas. Felizmente, fotografei.
Temperatura da CPU e rotação do cooler em 2009, ao montar o computador |
Computador recém-montado, — tudo novo, cooler lubrificado de fábrica e sem desgaste, — ao dar a partida a CPU ficou em torno de 38,5ºC, e a ventoinha girava mansa, 1.318 RPM.
É claro que, ao carregar Windows (ou Linux), abrir vários programas, trabalhar várias horas, a coisa esquenta bem mais do que isso.
Num dos vários fóruns onde pesquisei, agora, vi gente afirmando até que 130ºC era normal, no computador dele. Ô loco. Tinha de estar zoando, só pode. No mesmo tópico, um participante mais sensato, — daqueles que mostram conhecimento de causa, — comentou que no computador dele a CPU raramente passa de 50ºC.
De fato, é o que tenho observado agora, após a limpeza do cooler e remontagem do micro, — com alguma variação para mais, já que não uso ventoinha de chassi (ele fica aberto), — mas também não tenho placa 3D, nem aceleradora, nem “envenenei” o clock, nem nada.
Temperatura da CPU e rotação do cooler, atualmente, após 2 horas de trabalho no Windows |
PS.: Hoje, após 2 horas de trabalho no Windows (atualizando este relato), CPU em 44,5ºC e ventoinha em 3.000 RPM. Por que CPU Q-Fan Control “Disabled”? Sei que, em algum momento (não muito recente), algo me convenceu a desabilitar esse controle pelo hardware. Caso torne a reabilitá-lo, surge uma subopção “CPU Fan Profile”, com 3 alternativas: “Optimal”, “Silent Mode” e “Performance Mode” [FRC, 4 Nov. 2015].
Qual a temperatura máxima?
Gostaria de acreditar que o HWMonitor, o Speccy e o Psensor “sabem” qual seria o limite, e me avisariam do perigo, — mas, disso, ainda não tenho a menor certeza. Cada um tem suas características. Num deles (não lembro qual), você escolhe os limites para disparo de um alerta (o que não ajuda em nada, quando a gente mesmo não sabe).
A única certeza é que, — se a coisa ficar feia, — o próprio hardware desliga (ou reinicia), sem aviso.
Há um “diodo térmico”, para isso, — e a ele devo agradecer as vezes em que a tela ficou preta, no meio de vários trabalhos em andamento, e reiniciou o sistema. Evitou o pior.
Isso não aconteceu nenhuma vez, durante a semana de 16 a 22 Out. 2015, em que monitorei a temperatura pelo HWMonitor, o Speccy e o Psensor. O simples fato de estar consciente, observar a temperatura e aliviar o esforço da CPU, já foi suficiente para reduzir os riscos.
Quanto ao “limite razoável”, depois de pesquisar tudo que pude, naquela semana, — não me pergunte exatamente ondes, — cheguei à conclusão de que 95°C já é faixa de risco, ou quase.
Por via das dúvidas, sempre que chegava perto de 90ºC, já tratava de parar o trabalho, fechar alguns programas, abas e janelas. Só não assoprava para ajudar, porque queria evitar a fadiga.
PS.: A confirmação acabou surgindo depois de publicar este relato, quando comecei a conferir algumas dúvidas, e voltei a uma dica do Edivaldo Brito, que a traduziu do Make Tech Easier. É o que abordo no tópico logo abaixo, acrescentado agora [FRC, 4 Nov. 2015].
Lm-sensors X Psensor [4 Nov. 2015]
Procurando mais algumas alternativas para monitorar a temperatura da CPU nos sistemas Linux (i386 e amd64), acabei voltando ao conjunto “lm-sensors” (modo Terminal) e “psensor” (modo gráfico).
E descobri que o “lm-sensors” (modo Terminal) dá excelentes informações sobre temperaturas “altas” e “críticas”.
Comparação do Psensor (gráfico) com o Lm-sensor (terminal), no Kubuntu i386 |
Enquanto o “psensor” se limita a informar os máximos e mínimos observados num período recente, — com opção, até, de zerar esse “histórico”, — o “lm-sensors” informa “limites” mínimos e máximos (no caso da ventoinha do cooler), bem como as temperaturas consideradas “altas” e “críticas”.
Esses parâmetros são detectados na fase “preparatória” para rodar o “lm-sensors”.
1) Instalação:
sudo apt-get install lm-sensors
2) Configuração — detectar o hardware:
sudo sensors-detect
3) Executar de modo permanente, para acompanhamento dinâmico:
sudo watch sensors
Computador aberto, ventilador &tc.
Não se recomenda, pelo que vejo no 4º comentário de um tópico de 2011:
— “Aí já calham em usar o gabinete aberto (outra burrice, corta toda ventilação do sistema e toda circulação de ar quente-frio proveniente dos coolers), isto quando não tacam um ventilador assoprando de cara pro computador, hehe, utilidade 0”.
Portanto, crianças, não sigam meu (mau) exemplo.
Conky
Flagrante de altíssimas temperaturas pelo Conky, em sessão Live DVD de instalação do Manjaro |
Cerca de 30 meses depois (já sem Windows), o Cooler da CPU tornou a acumular sujeira suficiente para perder eficiência, — e a crise foi deflagrada por um problema com Grub / os-prober, que gerava uso intensivo dos processadores durante dezenas de minutos, sem trégua.
Felizmente, desde meados de 2016 já tinha adotado o hábito de monitorar os indicadores pelo Conky, — até mesmo em sessões Live para instalação de distros Linux, — e ficar de olho em qualquer situação fora do normal.
— … ≠ • ≠ … —
Ferramentas &tc.
- Speedtest de banda larga de “200 megas”
- Conky - monitor do sistema
- Consertando pequenos problemas do Gimp 2.10
- Pré-visualização de arquivos no Dolphin
- Limpeza do Cooler da CPU
- Grub enlouquecido com 12 distros em multiboot
- Remanejamento de sistemas Linux ao reparticionar discos
- Teste de memória com o Memtest86
- De volta ao Gnome-screenshot
- Konqueror como gerenciador de arquivos
- Substituição da fonte de energia do computador
- Facebook sobrecarrega visitar e compartilhar “Páginas”
- Corrigindo pontos de montagem no Linux Mint 18 KDE
- Política de Kernel do Linux Mint vs. Kubuntu, KDE Neon & Debian
- KDE “light” eliminando o PIM
- Conky - configuração em andamento
- Google Earth sem placa 3D no Xenial
- Linux ficou sem Administrador. Que fazer?
- Particionamento de disco para vários Linux
- Padronizando PrintScreen no Linux (com Shutter) e no Windows
- Montagem automática de partições adicionais (Cinnamon e Gnome)
- Boot com “Live USB” (Pendrive) do Linux Mint Cinnamon
- Repositórios de software Linux e gerenciador de pacotes Synaptic
- Monitorando a temperatura da CPU no Linux e Windows
- Conversão em massa de TIFF em JPEG
- Meu Wi-Fi parou de funcionar. E agora?
- Cópia de artigos da mídia para citação
- Lua, Júpiter e Vênus em ISO 1600
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- Quantas pessoas cabem na Avenida Paulista?
- A batalha da Comunicação no Facebook
- O Aeroporto de Cláudio documentado no Google Earth
- O apagão do Facebook não será noticiado
- Blog, microblog e redes sociais
- Adeus ao Orkut
- Bookmark para encontrar um post “favorito” no Facebook
- Sincronização do Google Chrome
- Fotos em alta resolução no Facebook
- Sincronizando pastas de documentos entre Linux e Windows
- Dual-boot, Linux, Windows e Grub-customizer
- Listas, Grupos, Fóruns, Comunidades
- Mandar fotos por email para Grupos do Facebook
- Limitando emails de notificação do Facebook
- Conexão 3G pelo “chaveirinho” da TIM