Ao convidar para um "evento" criado às pressas no Facebook, com o nome de Fotografaço, recebi várias respostas (inclusive por email) de amigos explicando que por determinado motivo não poderiam comparecer neste domingo (19 Jun.) ao protesto em Paranapiacaba.
Para ser franco, nem eu! (rs)
Nunca havia criado um "evento" no Facebook, e esse valeu como lição.
Primeiro, me precipitei. Já havia um "evento" no Facebook, embora com outro nome -- #FreeParanapiacaba --, e não fazia sentido gastar esforço para dispersar o povo entre dois "eventos". Editei meu "evento" (simples página, nada mais), encaminhando meus convidados para o outro "evento" (página), que já somava mais de 200 "Eu vou". E passei a divulgar só o outro "evento", claro. Deletar o meu "evento" não seria bom, depois de mandar convites em todas as direções. Lembra o Ernesto? Ernesto é lição número 1 de internet: - Deixe um recado na porta.
Segundo, que muitos amigos interpretaram o convite ao pé da letra -- como se fosse para comparecerem fisicamente ao evento real, lá em Paranapiacaba.
Bom, as palavras dão a entender que é isso. Mas, na internet, muitas palavras têm outro significado. "Curtir", por exemplo, dá a entender que a gente gostou de alguma coisa. Até poderia ser, se o Facebook oferecesse (também) alguma opção como "xinguei", ou algo assim. Mas não oferece. Se você "descurtir", não fica marca nenhuma. Não fica xingamento, nem vaia, nem nada. Apenas volta ao estado neutro. Não entrei no Facebook, não vi, não tomei conhecimento. Por isso, é comum alguém divulgar um link com uma notícia horrível, e várias pessoas "curtirem". O Facebook é um enorme banco de dados, e quanto mais pessoas "curtem" um link, mais ele se destaca, no meio do caos. "Curtir" significa isso -- você soma um ponto na classificação daquela informação. Se quiser fazer mais, clique em "Compartilhar" ("Share"), que talvez some vários pontos. E vá devagar, pois se somar pontos a tudo que vê, acaba em jogo de soma zero -- destacar tudo é igual a não destacar nada. É gastar esforço para deixar o caos tão caótico quanto estava antes.
No Twitter, adicione uma porrequinha (#, "jogo da velha", hash) antes da palavra que deseja destacar (tag = etiqueta). No caso, #FreeParanapiacaba (tudo junto, senão a porrequinha só pega na primeira palavra). A palavra marcada vira link (hashtag), no Twitter, e clicar nele leva a uma pesquisa automática de todos os tweets que contém a mesma hashtag, ou contenham (só) a palavra. Ao criar um "evento" (no Facebook) com um nome que é uma hashtag (no Twitter), acho que matou 2 coelhos com 1 bordoada só. Ok, matar coelhos a bordoadas não é politicamente correto. Mas acho que não há nada contra cruzar a fronteira entre as duas plataformas. Um reforça o outro. Mais pontos (ainda que por reflexo indireto). É a forma como você pode induzir algum significado (relevância) dentro do caos (internet).
A mesma lógica vale para um "evento". Não é convite (só) para presença física, embora (também) seja. Você pode estar do outro lado do planeta, e clicar "Eu vou". Um ponto para o "evento". Aumentam as chances dele ser percebido por outras pessoas, no mundo virtual. É uma agulha que começa a se destacar do palheiro.
No local, mesmo, provavelmente aparecerão inúmeras pessoas que nem conhecem Facebook. Viram na TV, ouviram no Rádio, leram no Jornal (cada vez menos no Jornal...), viram em algum Blog, em algum Portal, receberam por email, captaram da Rádio Cipó. Ir lá, não significa que clicou "Eu vou" no "evento" do Facebook.
E inversamente, também. No Facebook, basta clicar "Eu vou", e já está ido.
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